segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Não Se Pode Confundir

Semana passada encerrou-se a curta temporada do programa "Por Toda a Minha Vida" da TV Globo, aliás uma das pérolas raras da Tv aberta entre tantas inutilidades que vemos na mesma. Essa temporada mostrou a vida de 2 ícones e de 1 que se aproximava a tal estato da música brasileira. Falo de Cazuza, Raul Seixas e Claudinho respectivamente.
O mais curioso, no entanto, é a maneira como essas pessoas se tornaram importantes. Se destacaram pela sua inteligência, ousadia, criatividade, pudor musical e, acima de tudo, respeito ao público que os seguiam. Todos eles tinham uma ideologia ofensiva, oponente, formadora de opinião e criaram movimentos com milhares de adeptos passando por cima de ditaduras (no caso dos dois primeiros) e preconceitos.
Mas o que os diferenciaram foi a forma com que fizeram acontecer suas carreiras e a forma com que a mídia se relacionava com essas pessoas. Eram verdadeiros alavancadores da audiência qualitativa das rádios e televisões do Brasil.
Contudo eles se foram prematuramente, alguns gênios ainda ficaram (Caetano, Chico Buarque entre poucos outros) e, com isso, a coerência e o bom senso do órgão da censura brasileira morreram também. Nota-se uma subversividade quando se ouve "Meus heróis morreram de overdose e meus inimigos estão no poder", mas percebe-se uma falta de senso, cultura e incentivo ao rídiculo e à ignorância quando deixam que se lance em qualquer meio da mídia algo do tipo; "Para dançar créu tem de ter disposição, para dançar créu tem de ter habilidade".
Pois é, a triste realidade da cultura nacional exaustivamente exposta ao público, hoje em dia faz com que tenhamos uma inversão de valores, uma enganosa ideia que pode confundir muitas e muitas pessoas. Todavia, quem dera hoje estarmos brindando à liberdade de expressão e não lamentando a libertinagem de expressão.

Um comentário:

Rubia Lima disse...

Os gênios da música morreram, porém suas músicas são eternas e mais tornaram-se ícones para muitas pessoas como eu, que apesar de não ter vivido a época do raul conheço as músicas e o mesmo com o Cazuza! Já o Claudinho acompanhei sua trajetória e por mais que fosse um "funk"com rotulado, era uma música muito gostosa de ouvir e criativa, o que hoje em dia no "funk"não existe mais.